06 agosto, 2010
tempo, tempo
Vivendo em Salvador, percebi que em frente às casas de candomblé de matriz jeje-nagô existem grandes árvores envoltas em um pano branco. Trata-se do Iroko, que representa o tempo. É a árvore primordial, a primeira dádiva da terra aos homens, que existe desde o princípio e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá. O Iroko simboliza a permanência dentro da impermanência.
"O tempo dá, o tempo tira, o tempo passa e a folha vira".
Para receber os dons, é preciso abrir espaços e se alinhar ao tempo favorável, alertam os orixás.
Já no candomblé de nação Congo-Angola, o Tempo é um inquice, entidade sagrada, o senhor do infinito. É representado por uma bandeira branca atada a um mastro de bambu, que pode ser vista de longe. Tempo soma e subtrai e é o que fica. As horas passam pelo som de sua risada.
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